Vivemos dias onde noções de conhecimento são interpretadas
disformemente e manipuladas de modos tão desiguais como numa batalha épica. Quando
falamos em responsabilidade, pensamos no sentido óbvio e singular que determina
que somos aptos a assumir e assimilar o que fazemos como próprio de nossa ação
e com isso, os riscos e deveres, poderes e obrigações dessa responsabilidade
nos é única e própria.
O que temos percebido em alguns patamares da sociedade é que
esse termo tem se vulgarizado, reduzindo-se meramente a um status
onde a obrigação de tomar a situação em suas mãos não se tem cabido. Parece que
ser responsável deixou de significar que “sou eu quem responde por isso e que
isso deve ser cuidado por mim”.
Somos nós, o povo, porem, que deve responder por essa imprudência?
Somos nós, o povo, que precisamos então por a responsabilidade em nós mesmos e
evitar que quem elegemos ou que governam, ou que gerem sejam capazes de
honrarem suas falas, seus discursos, seus motivos a serem nossos “superiores”
em faixas tão singulares e necessárias do nosso executivo e legislativo?
O poder de delegar está precisamente no poder saber da real
capacidade de quem pode ter esse poder de representar nossas fraquezas e
frustrações, e remediá-las. Saber quem colocar no governo, é saber em quem por
a responsabilidade por tantas coisas que nos prejudicam, prejudicam os menos
favorecidos e desfavorecem os direitos que nos são garantidos por leis.
Nesse âmbito, não se pode pensar que o poder supera a
responsabilidade. Afinal, não pode haver um sem o outro. Nem um ser maior que o
outro. Poder e responsabilidade são iguais, devem andar lado a lado, e mostrar
que são os grandes favorecedores de igualdade e justiça.
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